Gostámos imenso deste momento, a expressividade e a forma como a contadora de histórias cativou a atenção de todos foi maravilhosa. Adorámos a "Joaninha" gostaríamos de poder ouvi-la novamente.
História "A passarinha Chica Amorica" - Resumo escrito pelo Guilherme Alves
Era uma vez uma linda passarinha chamada Chica Amorica que vivia no alto de um sobreiro, na serra de São Mamede.
Todas as manhãs Chica Amorica, lá do alto do seu sobreiro, cantava:
— Ai que contente que eu estou! Ai que contente que eu estou… E aos meus três filhos comida dou.
De repente, apareceu por ali uma raposa que, ao olhar para o ninho,
pensou:
— Que belo almoço!
No da seguinte, a raposa raposeta, senhora de grande treta, perguntou:
— Quem é que canta tão bem do alto desse sobreiro?
— Sou eu, a Chica Amorica.
Então a raposa disse: — Dá-me cá um dos teus filhos, senão eu alço o meu rabo, corto o sobreiro, papo Chica Amorica e os seus três filhos.
De repente, Chica Amorica começou a fazer o dó-li-tá. No fim, pegou num dos seus filhos e deixou-o cair mesmo no centro da boca da raposa. Chica Amorica ficou tão triste que, no dia seguinte, até cantou o contrário da sua canção:
— Ai que triste eu estou! Ai que triste que eu estou… E aos meus dois filhos comida dou.
A seguir apareceu outra vez por ali a raposa raposeta, senhora de grande treta, que disse: Dá-me cá um dos teus filhos, senão eu alço o meu rabo, corto o sobreiro, papo Chica Amorica e os seus dois filhos.
Então, Chica Amorica disse:
— Mas ontem tu já me comeste um dos meus filhos e queres comer outro? Olha que assim eu só fico com um!
E a raposa disse:
— Chega de conversa! Dá-me um dos teus filhos imediatamente, senão eu alço o meu rabo, corto o sobreiro, papo Chica Amorica e os seus dois filhos.
Chica Amorica começou a fazer o dó-li-tá. Depois, pegou no seu filho e deixou-o cair novamente no centro da boca da raposa. Chica Amorica ficou tão triste que, no dia seguinte, até cantou o contrário da sua canção:
— Ai que triste eu estou! Ai que triste que eu estou… E ao meu único filho comida dou.
No dia seguinte voltou a aparecer outra vez a marota da raposa, que disse: — Dá-me já o teu único filho! Senão, eu alço o meu rabo, corto o sobreiro, papo Chica Amorica e o seu único filho.
Chica Amorica disse:
— Falamos nisso mais tarde. Tenho um encontro com o mocho.
Então, Chica Amorica foi falar com o mocho e disse:
— Anda uma raposa a comer os meus filhos. O que é que eu posso fazer?
O mocho disse:
— Deixa tudo comigo.
E Chica Amorica voltou para o seu ninho com o mocho.
Quando lá chegaram estava a raposa à espera dela. Chica Amorica disse ao mocho: — Vai lá tu fazer o trabalho. O mocho foi lá abaixo e disse à raposa:
— Raposa, queres jogar um jogo? E a raposa respondeu que sim.
E o mocho começou o jogo, dizendo:
— O chefe manda levantar uma asa.
E a raposa disse:
— Agora é a minha vez. O chefe manda fechar o olho.
— Agora eu, agora eu — disse o mocho. O chefe manda fechar o outro olho. Quando a raposa ouviu aquilo fechou o olho. Três segundos depois, a raposa abriu os olhos quando o mocho ainda os tinha fechados, até que… zás!!!! Papou o mocho inteirinho. Entretanto, começou a ouvir vozes a dizer:
— Raposa! Raposa!
Depois, percebeu que as vozes vinham da sua barriga. Era o mocho a tentar falar com ela há horas.
E o mocho disse:
— Para avisares à minha família que me comeste, grita bem alto:
— Mocho comi! Mocho comi!
— Tens de gritar mais alto porque a minha família vive do outro lado da serra.
— Mocho comi! Mocho comi!
— Só um bocadinho mais alto.
— Mocho comi! Mocho comi!
Até que depois, o mocho saltou da boca da raposa com os dois filhos da Chica Amorica.
A raposa ficou tão envergonhada que nuca mais voltou aquela serra.
E para celebrar, Chica Amorica voltou a cantar:
— Ai que contente que eu estou! Ai que contente que eu estou… E aos meus três filhos comida dou.
Chica Amorica e os seus três filhos viveram felizes para sempre.
Fim
Sem comentários:
Enviar um comentário